Thaís Russomano

Não te fiz nenhum bem!

Por Thaís Russomano
Médica especializada em Medicina Espacial

Em setembro de 1620, um grupo de ingleses peregrinos partiu da Inglaterra rumo à América. Dois objetivos os moviam: fugir da perseguição religiosa e conquistar terras para suas famílias. Quando aportaram, batizaram a nova casa de New England - mas eles não estavam sós! Os índios Wampanoag já moravam por ali.

A convivência no início não foi nada fácil. Os nativos reagiram à invasão branca e batalhas foram inevitáveis. Mas o tempo foi passando e as desavenças acabaram dando lugar à paz. Quando conseguiram viver em harmonia, os Wampanoag ensinaram os peregrinos europeus a cultivar e cozinhar frutas e vegetais.

Mas o pior ainda estava por vir! No primeiro inverno, muitos ingleses adoeceram e morreram por causa do frio intenso e da comida escassa. Com a chegada da primavera, eles resolveram trabalhar duro e começaram a cultivar o solo, contando com o auxílio e a experiência dos índios.

Em 1621, a vida voltou a sorrir para os imigrantes europeus e eles puderam celebrar a primeira colheita. Os peregrinos queriam agradecer “a benevolência de Deus para com eles”. E, assim, nasceu o Dia de Ação de Graças, celebrado na última quinta-feira do mês de novembro.

Marcar um dia para agradecer o que se tem é algo nobre. Isso, porém, deveria ser uma prática cotidiana, realizada em pequenos gestos. Afinal, temos que concordar que a vida tem sempre muito mais a nos tirar do que a nos dar. Poucos, no entanto, sabem demonstrar gratidão.

Isso me faz recordar um ditado chinês que, sabiamente (e sempre sabiamente!), deixa uma lição aos povos ocidentais. Ele diz mais ou menos assim: “Por que me fazes o mal? Não te fiz nenhum bem!”. ​

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